quarta-feira, agosto 31, 2005

“Soltar amarras”

O mar estava calmo,

O barco não ia partir,

Não esperava outra missão,

Outra tempestade sentir.

Mas a brisa o chamou,

Ao seu sabor deixou-se ir,

Navegando pelo mar,

Sem ninguém o impedir.

Para onde vai ele não sabe,

Nem o que quer atingir,

Sente-se solto e tão bem,

De novo a sentir.

terça-feira, agosto 30, 2005

“Olhei”

Perdi-me na noite

Após tantos pesadelos

Não encontrava destino

Nem sorrisos mais belos.

Abri os olhos não vi

Procurei toda a noite

Não vi nem senti.

Olhei o belo do céu

Por mil beijos morri

Nesse anjo meu

Salvei o meu destino.

sexta-feira, agosto 26, 2005

“Inesperado”

Numa tarde sem saber

O destino ficou marcado

Era quase anoitecer

Esse sorriso a meu lado

Eu quase a enlouquecer

Em pouco tempo passado

Nós os dois sem saber

Que ia ficar tão marcado.

quinta-feira, agosto 25, 2005

“Orgulho”

Em tempos uma grade,

Separava nossas almas,

Era de ferro e verdade,

Derrubou-se por paixão.

Agora existe um muro,

Sem areia e cimento,

Feito de orgulho puro,

Impedindo nosso amor.

quarta-feira, agosto 24, 2005

“Palavras”

Mar, imensidão,

Pecado, loucura,

Beijos, paixão,

Sorte, ternura,

Sol, segredo,

Presente, paraíso,

Terra, medo,

Passado, juízo,

Sufoco, tristeza,

Coração, vontade,

Alegria, certeza,

Futuro, verdade.

terça-feira, agosto 23, 2005

“Prazer”

Vens calada e com medo,

Desces a rua em segredo,

Tens a voz a tremer,

Sem certeza no dizer.

Já não sei ao que vais,

Também não sei se vais.

Tantas dúvidas tu tens,

Eu muitas. Muitas mais.

Partes feliz e calada,

Eu também não digo nada.

segunda-feira, agosto 22, 2005

“Já não sei…”

Olhei-te noite e dia,

E não consegui encontrar,

Aquilo que mais queria,

Bem no fundo desse olhar.

Procurei em montes e vales,

Busquei nas estrelas e lua,

Mas não curei os meus males,

Nem achei a beleza tua.

.

Já não sei onde buscar,

Tanta força e sentir.

Já não sei onde achar,

Tanta força e seguir.

.

Busquei-te na noite fria,

E não soube procurar,

E no fim de mais um dia,

Ainda não tinha esse olhar.

Procurei curar os males,

Com beleza como a tua,

Mas não vi montes e vales,

Nem sequer no brilho da lua.

domingo, agosto 07, 2005

“Tão longe…”

Estou tão longe,

E tão longe de ti.

Estou tão louco,

E ainda não nasci.

.

Porque foges de mim,

Se olhas bem no fundo.

Não sei que queres de mim,

Mostra-me esse teu mundo.

.

Estou tão longe,

E tão longe de ti.

Estou tão louco,

E ainda não nasci.

.

Onde és rainha maior,

És dona desse sorriso.

A mais perfeita flor.

Dá-me! Que bem preciso.

.

Estou tão longe,

E tão longe de ti.

Estou tão louco,

E ainda não nasci.

.

Abre-me esse teu portão,

Deixa-me lá entrar.

Mostra-me teu coração.

Deixa-me voltar a acreditar.

.

Estou tão longe,

E tão longe de ti.

Estou tão louco,

E ainda não nasci.

quinta-feira, agosto 04, 2005

“Romper”

Rasguei as fotos predilectas,

Queimei as cartas indiscretas,

Lavei as lágrimas derramadas,

Quebrei as promessas celebradas.

.

Fiz da noite a rotina ideal,

Afoguei no álcool o meu mal,

Parti os quadros da memória,

Tentei reescrever a minha história.

.

Procurei em outra cor esse brilhar,

Recriminei tantas vezes meu pensar,

Odiei os tempos a teu lado,

Fiz tudo para romper esse passado.

.

Olhei de perto este mundo,

Enchi desde bem fundo,

Meu fraco peito de ar,

Fiz tudo, mesmo tudo de deixar.

.

Liberto-me de ti durante instantes,

Junto a força de mil gigantes,

Volto a querer acreditar.

Sou passado! Livre! A voar.

quarta-feira, agosto 03, 2005

“Solidão”

A noite já vai alta,

O trabalhar do motor parou.

O silêncio apodera-se do corpo,

E as almas libertam seus desejos.

Algum dos corpos sente a falta,

Dos ritmos que já navegou,

Antes de atracar nesse teu porto,

E saciar-se eternamente nos beijos.

A lua é a única companhia,

Agora que a noite é triste e só.

Depois de partir a claridade,

E o brilho reflectido na estrada,

Por mais truques de magia,

Ou músicas repletas de dó.

Por mais que busque a verdade,

Não refaz a inglória caminhada.