quinta-feira, setembro 15, 2005

“Confusão”

Queria estar no céu ou no inferno,

Sentir o sol quente no inverno,

Acender a luz da escuridão,

Desfrutar da neve no verão!

Queria ter azar de morte,

Melhor era na vida ter sorte.

Fazer do caos uma alegria!

A tristeza fazer ordem eu queria!

Da brancura fazer perto,

O negro e longe tão discreto.

Não quero estar junto ou separado,

Hoje, amanhã ou no passado.

sexta-feira, setembro 09, 2005

“Máscara”

Parecemos fortes e capazes

De olhar este mundo,

E suster todas as fases

Sem hesitar um segundo.

Dizemos alto não importar,

Nova senda vamos seguir,

Perdemos a chave da porta

Mesmo sendo a fingir.

A dor é tão escondida

Para ninguém criticar,

A roupa tapa a ferida

Que é tão funda a sangrar.

Eu queria puder fugir,

A memória apagar,

Num sonho submergir

Para não mais acordar.

quinta-feira, setembro 08, 2005

“Limpar”

Por mais que tente chorar,

Toda a água das lágrimas,

Esse fogo não vai acalmar.

Tantos os caminhos passados,

Percorridos juntos pelos dois,

Terminam a jornada separados.

Foi um passado interessante,

Tantas as loucuras cometidas,

A união é um facto distante.

Os sonhos numa ilha deserta,

Abundante de ternura e amor,

Naufragaram em parte incerta.

As lágrimas limpam-me a face,

O coração demora a curar,

Apenas peço que o tempo passe.

terça-feira, setembro 06, 2005

“Ainda”

Tantas horas dispendidas,

Noites em claro a chorar,

Ficaram marcas das feridas,

Que o tempo não fez passar.

.

Fiquei paralisado com a nova,

O coração por dentro a gritar,

Abriu-se mais um pouco desta cova,

Que o tempo não ajudou a tapar.

.

O rumo diferente foi traçado,

Cada um por si no seu lugar,

É difícil esquecer o passado,

Que o tempo ainda não quis apagar.

.

Lágrimas no meu rosto a cair,

Custa-me imenso a acreditar,

Para sempre dessa vida sair,

Porque o tempo passa sem voltar.

sexta-feira, setembro 02, 2005

“Poesia”

És meu porto de abrigo,

Outro tipo de heroína,

E sem ti já não consigo,

Fugir à minha sina.

És um vicio em crescente,

Uma grade sem prisão,

Libertando a minha mente,

Sarando meu coração,

És o sangue derramado,

As batalhas já perdidas,

És coração destroçado,

Também guerras vencidas.

És tudo e tão pouco,

Tão simples e erudita.

Faz-me sábio. Faz-me louco,

E a alma expedita.

quinta-feira, setembro 01, 2005

“No fundo de um olhar”

Fiquei tão admirado,

Parvo e surpreendido,

Tuas palavras a meu lado,

Acerca do meu sorriso.

Fechei os olhos e pensei,

Sem saber o que falar,

Tuas palavras escutei,

Falavam do meu olhar.

Dentro dele uma criança,

Mas no fundo tão experiente.

Cresceu em mim esperança,

Fiquei louco e contente.

Não sabia o que fazer,

Tornei-me atento e cuidadoso,

Chamaste-me carinhoso,

O coração tanto a tremer.

Não consigo ainda agora,

Essas palavras esquecer,

Ainda anseio a hora,

Que eu também te vá dizer…