sexta-feira, julho 29, 2005

“Dúvida”

Esse teu lindo olhar,

Não é negro, não.

Mas esse louco brilhar,

Traz tanta imensidão.

Esse teu lindo olhar,

Não traz as cores da Terra,

Não esconde a cor do mar.

Eu sei! Tanta gente que erra.

.

O que fixa em mim?

O que anda a buscar?

.

Não vendo a alma,

Não troco o meu corpo,

Não perco a calma,

Não fujo do meu porto.

Não abrigo teus sonhos,

Não escondo passados.

Mas repara nos escombros,

Estão bem delineados.

.

O que queres tu de mim?

O que posso te dar?

.

Dou-te um simples momentos,

Dou-te um longo viver.

Entrego-te sentimentos?

Ou só buscas prazer?

Sou um escravo sem lei,

Sou simples mortal.

Que procuras não sei!

Amor ou paixão total.

.

Leva tudo de mim.

Não sou capaz de lutar.

“Deslocado”

Furtivamente,

Entraste em mim.

A porta não estava fechada,

Nem sequer a abri.

Indistintamente,

Gostei tanto assim.

E sem dizeres nada,

Tão bem te entendi.

Decisivamente,

Tenho tanta pena,

Que seja tão pouco,

Para sermos só nós.

Verdadeiramente,

Vale mesmo a pena,

Ser apenas um louco,

E morrer junto à foz.

Abertamente,

Não busco outra prisão.

Nem uma louca miragem.

Apenas voltar a sentir.

Honestamente,

Talvez sinta paixão.

E nessa longa viagem,

Eu quero partir.

“Sinto…”

Sinto a morte a chegar,

E o corpo a partir,

A fugir deste lugar,

Sem ter mesmo onde ir.

Sinto a morte a escutar,

O bater dos meus passos,

A loucura a apoderar,

Da solidão dos espaços.

Sinto o corpo a voar,

Entre as nuvens do céu,

Sinto alguém a desesperar,

Pelo espaço que foi seu.

Sinto o mundo a mudar,

E o futuro a sorrir,

O coração a sonhar,

P’ra de novo se iludir.

Sinto lágrimas a jorrar,

De dentro do forte peito,

Sinto os olhos a chorar,

O seu sangue sobre o leito.

Sinto tanto no pensar,

Que não sei o que fazer,

Vejo o mundo a estourar,

E sem palavras, que dizer.

terça-feira, julho 26, 2005

“Olhar Negro”

Julgava eu jamais sentir,

Outro brilho tão profundo.

Desvendar outro sorriso.

Que me mostrasse o mundo.

Mundo este de belezas,

Espalhadas no olhar.

E no meio das certezas,

Eu voltar a acreditar,

Noutro brilho diferente.

Vindo agora de olhos negros,

Deixando-me confiante,

De os meus ficarem presos.

Esse negro dos cabelos,

Com um brilho especial,

Brilho esse dos mais belos,

E encanto natural.

Somente puder olhar,

Era tudo que queria,

Mas também acreditar,

Que seriam meus um dia.

quarta-feira, julho 06, 2005

“Anseio”

O sol brilha do alto,

Sinto o seu calor,

Desejo a sua luz,

Anseio o seu pudor,

No cume do planalto

Onde deixa o seu amor.

A lua ainda reluz,

Na alma cheia de calor.

Da lua deste um salto,

Caíste neste terror,

Carregas a cruz,

Do sacrifício do amor.

O sol brilha no alto,

Sinto o seu calor,

Desejo a tua alma,

Para acalmar o amor.